Capitão do Botafogo, Marlon Freitas teve sua formação no futebol iniciada em Osório, cidade do Litoral Norte do Rio Grande do Sul que revelou o jogador hoje protagonista na Copa do Mundo de Clubes.
Antes da fama e dos estádios internacionais, foi no campo modesto do então Osoriense — hoje Real Sport Club — que o volante encontrou as primeiras oportunidades de sua trajetória no esporte.
O início em Osório: como a cidade do Litoral Norte revelou o capitão do Botafogo
Em 2010, quando tinha apenas 15 anos, Marlon Freitas foi descoberto por acaso na região metropolitana de Curitiba.
Natural de Magé, no Rio de Janeiro, ele disputava uma peneira quando chamou a atenção do presidente do Osoriense, Eduardo Sena, que havia viajado para observar outro jogador.
Ao ver Marlon em ação, mudou imediatamente os planos.
“Vim buscar outro atleta, mas o Marlon me encantou pela técnica.
Trouxemos ele para Osório e começou sua história ali”, relembra Sena, que comanda o clube profissionalizado em 2016 como Real Sport Club.
Durante cerca de dois anos, o jovem Marlon participou das competições de base com a camisa do clube osoriense.
Seu desempenho promissor chamou atenção de olheiros e rendeu convite para atuar no São José-RS, clube da capital, Porto Alegre, onde disputaria o Campeonato Brasileiro Sub-17 organizado pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF).
Capitão do Botafogo teve como trampolim o futebol gaúcho
Já em Porto Alegre, Marlon seguiu surpreendendo.
Ao lado de atletas revelados pelo interior, representou o São José em jogos contra Palmeiras, Flamengo, Coritiba e Novo Hamburgo.
O jovem volante se destacou pelo vigor físico, personalidade e chegada ofensiva.
“Ele tinha muita dedicação. Sabíamos que tinha futuro.
Tanto que despertou o interesse do Fluminense”, conta Nilton Batista, ex-coordenador da base do Zeca e atual executivo do futebol profissional do clube.
Foi no estádio Passo D’Areia, em um amistoso, que o coordenador da base do Fluminense viu Marlon e não teve dúvidas: “O camisa 5 do São José é melhor que o nosso”, disse por telefone à diretoria do clube carioca, pedindo sua contratação imediata.
Do campo em Osório ao comando técnico do Botafogo
Marlon chegou ao Fluminense e, em 2015, estreou como profissional no Fort Lauderdale Strikers, dos Estados Unidos.
Em seguida, passou por clubes como Samorin (Eslováquia), Criciúma, Botafogo-SP e Atlético-GO, onde finalmente se firmou antes de vestir a camisa do Botafogo em 2023.
Atualmente, é capitão da equipe, comandando o meio-campo em jogos decisivos como os da Copa do Mundo de Clubes.
Mesmo com a projeção internacional, Marlon Freitas nunca esqueceu suas origens.
Em 2023, reencontrou pessoas que fizeram parte de seu início no futebol em Osório.
Antes de um jogo entre Botafogo e Grêmio, em Porto Alegre, o volante recebeu Eduardo Sena e sua esposa no hotel da equipe carioca.
“Ele nos chamou no saguão, fez um vídeo nos agradecendo por tudo.
Foi muito emocionante. Marlon sempre teve gratidão com Osório”, relata Sena, visivelmente emocionado.
Reconhecimento e laços mantidos com Osório
O carinho com o passado também foi demonstrado com Nilton Batista.
Quando o Botafogo enfrentou o Internacional, em Porto Alegre, Marlon convidou o ex-dirigente do São José para uma visita.
Após a conquista da Libertadores sobre o Atlético-MG, na Argentina, ligou para Batista direto de um resort para dividir a alegria da vitória.
“Ele me ligou para comemorar. Esse reconhecimento é raro no futebol. E ele nunca deixou de valorizar quem esteve com ele desde Osório”, pontua Batista.
O Botafogo se classificou para as oitavas de final, ao passar do chamado grupo da morte e agora enfrentará o Palmeiras.
E, em Osório, a torcida vai além do tradicional apoio: é o orgulho de ver um talento surgido na cidade, liderando um dos maiores clubes do Brasil em um dos palcos mais importantes do planeta.
