Água contaminada em escolas de Santo Antônio da Patrulha? MP intervém

A qualidade da água consumida por milhares de moradores do interior de Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, está no centro de uma grave…
Santo Antônio da Patrulha, Idoso de 76 anos, Justiça condena CORSAN
Foto: Rogério Reinheimer Bernardes/Litoralmania

A qualidade da água consumida por milhares de moradores do interior de Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, está no centro de uma grave denúncia.

O Ministério Público do Estado (MPRS) ingressou com uma ação civil pública contra o município exigindo medidas imediatas para garantir o acesso a água potável, segura e regulamentada, especialmente em comunidades abastecidas por poços artesianos e redes comunitárias precárias.

A ação, ajuizada em maio, é resultado de uma investigação conduzida pelo promotor de Justiça Camilo Vargas Santana, que revelou um cenário alarmante: aproximadamente 7 mil pessoas, o que representa cerca de 16% da população local, dependem de Sistemas Alternativos de Abastecimento de Água (SACs) — muitos deles sem tratamento, fiscalização ou licenciamento legal, e com indícios de contaminação por bactérias, como a Escherichia coli.

A situação afeta inclusive escolas e postos de saúde, colocando em risco direto a saúde pública.

Com apoio da Vigilância Ambiental em Saúde da 18ª Coordenadoria Regional de Saúde, foram realizados diversos monitoramentos que reforçaram a gravidade da contaminação em diferentes pontos do município. De acordo com Santana, embora associações de moradores se esforcem para manter o fornecimento de água nas comunidades, faltam recursos e estrutura.

Santo Antônio da Patrulha

“A Prefeitura tem sido omissa. Ela deveria assumir a responsabilidade, mas permite a exploração irregular do serviço por particulares, sem regulamentação, sem outorga e sem assegurar a potabilidade da água”, alerta o promotor.

A ação requer que a Justiça obrigue, em caráter liminar, que o Município assuma imediatamente a operação e fiscalização dos sistemas coletivos de abastecimento, até que seja definido um modelo oficial de gestão para essas redes.

O Ministério Público também solicita que sejam promovidas audiências públicas com os moradores afetados e o Legislativo municipal, a fim de debater soluções eficazes e sustentáveis para o problema.

Outros pedidos incluem: implantação de tratamento contínuo e adequado da água, regularização dos poços e redes existentes, integração dos moradores excluídos aos sistemas coletivos e apresentação de um cronograma detalhado de melhorias e manutenções.

A decisão liminar segue em análise pelo Judiciário.

O caso revela uma preocupante negligência no fornecimento de um direito básico garantido por lei: o acesso universal à água potável.

Com a denúncia, espera-se uma resposta célere do poder público para evitar danos maiores à saúde das famílias afetadas.

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Jornalista com formação pela UNISINOS (2010) e fundador do Litoralmania, o portal de notícias mais antigo em atividade no interior do RS. Atua desde 2002 na gestão completa do veículo, com ampla experiência em jornalismo digital, produção de conteúdo, projetos e relacionamento com o público.

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